sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Vamos voltar a falar de parto.

Quando engravidei, entrei no mundo dos partos, dos blogs, da informação rápida e com linguagem prática que a internet nos proporciona e tudo mais.
Descobri coisas que eu jamais cogitei um dia, imaginar.
Até desacreditei de algumas, a ponto de mergulhar fundo em assuntos que normalmente sequer interessam gestantes.
Ouvi dizer que a cesárea era a melhor opção, porque você não sentia nada, tinha a comodidade de marcar a data do parto e até o horário.


Tanto que andei que acabei caindo de gaiata no universo das gestantes que apoiam o parto humanizado.
Eu não fazia ideia de que isso existia e pra que servia.
Já que a coisa mais "diferente" que eu conhecia, era o forceps, porque uma das minhas tias tinha parido assim.


Desde o começo da minha gestação, o parto foi a maior das dúvidas, dos medos e das preocupações.
Achei que tinha decidido sobre ele umas 500 vezes e nas 500, mudei de ideia.


O fato é que o tempo foi passando, as descobertas sobre a gestação chegaram e eu meio que desencanei desse assunto.
Mas essa semana, ele voltou... Sei que na blogosfera maternal, a maioria dos bebês chegaram ao mundo por meio de um parto normal hospitalar, alguns com anestesia, outros sem... E diante dessa maioria, eu comecei a fuçar mais sobre os reais motivos das escolhas dessas mães.


Eu sempre tive medo de anestesia, de corte, de pontos cirúrgicos e principalmente do pós-cirúrgico, já que eu sou uma pessoa que não consegue ficar imóvel por muito tempo.
Diante disso, optei por um parto normal. Sei que o parto normal virou um tabu no Brasil, já que é comprovado que o número de cesáreas realizadas aqui é bem maior do que a OMS recomenda.


E eu já ouvi cada opinião dispensável sobre partos normais... Enfim. Nem vale a pena comentá-las.


Voltando ao foco inicial do post.
Tanto fucei que acabei até encontrando mulheres que decidiram por ter seus filhos em casa, ou em Casas de Parto. Com partos totalmente humanizados.
Sem intervenção médica/cirúrgica/anestésica. E os relatos que li - e vídeos que vi, foram as coisas mais emocionantes do mundo.


Como eu não tenho condições de me deslocar até São Paulo - Capital, para ter o Pedro numa Casa de Parto e como não tenho meios de contratar uma doula, ou uma estrutura pra que ele nasça em casa. Eu optei por ter um parto normal hospitalar humanizado.


Se você tá tão desinformada quanto eu era há algum tempo, e tá se perguntando quais são as diferenças de todos esses tipos de partos, eu vou te explicar:


Um parto normal hospitalar é realizado com acompanhamento médico, com exames de toque (claro que se você permitir), com episiotomia, lavagem intestinal, ocitocina e etc.


Um parto humanizado é livre de todos os procedimentos "de praxe" porém, muitas vezes desnecessários:


Manobra de Kristeller - O empurrão que dão na barriga da mulher, para que o bebê saia de uma vez.
Essa manobra é proibida em alguns países e não é recomendada pela OMS. O motivo?
É violenta, pode prejudicar o assoalho pélvico, o períneo, causar inversão uterina, ruptura uterina, e uma série e complicações no parto e pós-parto, podendo inclusive causar a morte materna ou fetal.  NÃO É INDICADA em caso algum!


Forceps ou Vácuo Extrator – São instrumentos usados para ajudar na retirada do bebê, quando a mãe já está cansada e não consegue sozinha fazer o expulsivo. Indicado apenas quando há evidência de sofrimento fetal por expulsivo muito prolongado. Entretanto há expulsivos demorados, que não há necessidade de uso de fórceps ou vácuo. Mudar de posição por exemplo, ajuda muito a saída do bebê. Entretanto, novamente com intuito de “apressar” o parto, é usado rotineiramente no Brasil.


Aspiração -  bebês nascidos de parto normal, que estejam bem, não precisam ser aspirados! Ao passar pelo canal de parto, os pulmões do bebê são massageados, provocando a expulsão natural dos líquidos. Entretanto 100% dos bebês nascidos em hospital são aspirados com a sonda, como parte de protocolo hospitalar. A sonda é um tubo de plástico enorme que é introduzido até o estômago do bebê. É indicado para bebês que nascem de cesárea, justamente porque não recebem essa “massagem” durante a passagem pelo canal de parto.


Colírio de Nitrato de Prata – É um colírio que se pinga em 100% dos bebês nascidos em hospital como rotina. Na maioria dos casos causa conjuntivite química, que aparece apenas quando o bebê vai pra casa. A única indicação é para bebês que nascem de parto vaginal cuja mãe seja portadora de gonorréia – que geralmente é detectado no pré-natal.


Esses são alguns, entre outros tantos procedimentos considerados desnecessários por pessoas que apoiam o parto humanizado.


Se você mora em Sorocaba, e faz pré-natal pelo SUS, vale lembrar que os servidores já estão sendo treinados para a realização de partos humanizados.
E aqui tem um artigo bem legal sobre parto humanizado.


Se você usufrui de convênio, assim como eu, bata o pé e não deixe que seu médico te induza a uma cesárea desnecessária. Converse claramente com ele e diga que pra você, a melhor opção é um parto humanizado.




Ps: TRINTA-E-CINCO-SEMANAS-HOJE!

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