sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mais um ciclo.

A maternidade é feita em pedaços.
Primeiro a menstruação atrasada, depois o teste e o positivo. Mais tarde, a ansiedade pelo descobrimento do sexo, pela escolha do nome, montagem do quarto e do enxoval, e então, para a chegada do bebê.
Aí o bebê nasce e ali, se encerra um ciclo para que comece outro.
Começa o das cólicas, da mamação-sem-fim, da adaptação. Depois esse ciclo também se encerra, para que comece o do descobrimento das mãos, do próprio nome, dos sons... E esse também se encerra, para que outro comece... E assim, sucessivamente.

Hoje, um ciclo foi encerrado para que outro comece amanhã.
Tivemos consulta com o Pediatra. Além da ótima saúde, do peso e altura dignos de um gigante... Eu sabia o que estava por vir.
Já sentia um frio na barriga e já havia reparado em como o tempo passa. E me peguei lembrando do dia em que eu vi o Pedro pela primeira vez. Sem lenga-lenga, melosidade e todas as coisas que todas as pessoas que lêem blogs maternos já estão cansadas de ler.
O tempo passou... Passou e eu nem vi.
Estamos na metade do ano e meu filho, na metade de um ano.
Logo, aqui se encerra o ciclo da amamentação exclusiva.
E eu estou divida em 3 partes desiguais. A maior dela, feliz. Feliz pela saúde que ele tem. Por ter conseguido algo que nem todas as mães conseguem. Por ter me dedicado quase que ininterruptamente durante esse tempo. Por ter passado por cima de dor, de palpites, de cansaço, de sono, de fome... De inverdades.
Por tê-lo alimentado tão bem, mesmo não considerando a minha alimentação bem. Por ter leite suficiente para que ele saciasse a fome, mesmo que pra isso, precisasse ficar grudado em mim por 2, 3, 4, 6 horas seguidas.
Hoje eu estou feliz por ver todo esse esforço surtir efeito. Um lindo efeito.
Mas nem tudo é bom. Outra parte de mim, a parte média, sente medo. Medo de um desmame precoce.
Sei que muitos bebês desmamam quando começam a se alimentar de sólidos. Sei que eu devo estar preparada pra tudo, pois a maternidade nos surpreende, mas eu realmente não tô preparada pra desmamar e mesmo não estando, tenho que respeitar a decisão que ele tomar. E enfrentar isso sem crise, sem culpa.
E a menor parte. Menor mesmo, já está saudosa. Amamentar em livre demanda e all the time fará falta.
Sim, depois de aproximadamente 180 dias amamentando em livre demanda, não há meio de não sentir falta de todo o carinho, afeto e olhares de agradecimento que recebi.
Mas, apesar dos pesares, tá sendo muito compensador, gostoso e intrigante todas essas mudanças que temos passado.
Vê-lo crescendo, se desenvolvendo, gargalhando, "falando", brincando e aprendendo não tem preço.
E hoje, eu só preciso agradecer. Por mais um ciclo encerrado. Pelo novo, que estou tendo a chance de conhecer. Pela vida que tem sido infinitamente linda e feliz. Por tudo. E principalmente por tudo ter dado certo até aqui.
Agora, vamos esperar pelas cenas delícias do próximo capítulo. :)