quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Animais e bebês.

Eu tenho 6 cachorros. É, SEIS!
Desses 6, 4 ficam dentro da minha casa, 1 fica na garagem e outro no quintal.
São 5 poodles e um vira-lata.
Daí você se pergunta: Por que tanto cachorro, meuDEUS?
Vou resumir pra ficar mais fácil pra nós.

Eu tinha uma cadela (poodle) que tava comigo até o ano passado (ela faleceu em setembro/2010, com 17 anos de idade, de causas naturais). Junto com ela, eu tinha a Melissa (que ganhei de um amigo da minha mãe, quando o meu coelho sumiu).
Aí eis que um dia resolvo ir ao mercado e na porta do mesmo, encontro uma cadela atropelada, bastante machucada, mas viva, na avenida. Diante daquela situação, meu coração amoleceu (e o da minha mãe também) e eu não pude deixá-la lá sozinha, machucada e com medo.
Voltei pra minha casa, peguei um edredom, enrolei-a e a trouxe pra cá. Mediquei, cuidei, dei banho, tirei todos os parasitas existentes, dei vacina, vermífugo e por algum motivo, não consegui achar um dono pra ela.
No final das contas, ela acabou ficando por aqui, e foi batizada de Preta.

Eu somava 3 poodles fêmeas. Pitucha, Melissa e Preta.

Numa bela noite quente e chuvosa, minha mãe sai para levar uma amiga embora, e volta com um presente de grego.
Um poodle superpequeno (porém adulto) , magro, sujo, machucado, queimado, carregado de parasitas e sem uma das pernas dianteiras.
Meu coração se despedaçou. Antes de qualquer nojinho gritar, eu peguei ele no colo, liguei o chuveiro no morno, enfiei-o debaixo, lavei-o, arranquei (mais uma vez) todos os parasitas, sequei seu pêlo e dei de comer.
Foi amor incondicional a primeira vista. Eu me apaixonei pelo cachorrinho deficiente, banguelo - e feio que a minha mãe tinha arranjado.
Depois de engordar, "sarar" e ficar bem cuidado, eu sequer cogitei a possibilidade de doá-lo... E ele acabou virando meu grude, o Francisco (ou Toquinho para os íntimos).
Não tínhamos nenhuma experiência com machos e eis que um belo dia, ele cruza com a Melissa.
Dessa cruza, nasceram 4 bebês (as coisas maifofas desse mundo), e antes que a gente pudesse se desfazer (doar para pessoas próximas, of course) de todos eles, acabamos ficando com mais um. O Nabucodonosor (ou Nenê). Nenê virou grude da minha mãe. 

Mais seis meses se passaram e mais uma vez, Melissa entrou no cio e por descuido nosso (eu admito), Toquinho acabou cruzando com ela mais uma vez.
Dessa vez, nasceram mais 4. E antes que a gente pudesse pensar em doar todos, a paixão foi mais rápida e flechou o pernudinho chamado José Carlos.
Zeca (como ele é chamado aqui) me adotou como sua segunda mãe e dorme e acorda ao meu lado.

Juntamos então: Pitucha, Preta, Melissa, Francisco, Nabucodonosor e José Carlos.
Até que numa noite de setembro, quando Pitucha já tinha 17 anos de vida em NOSSAS VIDAS, ela não resiste e morre no meu colo, de causas naturais.
O mundo meio que parou, porque Pitucha estava conosco desde 1994, quando eu sequer tinha completado 4 aninhos de idade.
Apesar de toda a tristeza aparente, fomos fortes e sobrevivemos a perda.
Éramos agora, 5 peludinhos e 3 humanos.
Até que em junho de 2011, encontramos numa casa para alugar (VAZIA, É CLARO) um vira-lata abandonado.
O "dono" dele foi embora e largou o coitado lá. Sem comida, sem água e infestado de parasitas. Mas quando eu digo infestado, é INFESTADO MESMO. De uma forma que ele chorava por conta das mordidas - ou seriam picadas? das pulgas que o comiam vivo.
Tratei dele, sumiram todas... E ele foi ficando aqui. Demorou uns 4 meses para batizarmos o coitado. 
Ele já tinha sido Benjamim, Bugu, Juca, etc e etc. E acabou ficando Dudu.
Dudu mora na nossa garagem. É um cão esperto, valente e ligadão. É o nosso guarda e nosso alarme. Apesar de grandão, é um bobo que gosta de lamber. 
Francisco, Melissa, Nabucodonosor e José Carlos moram conosco, aqui dentro.
Melissa e Nabucodonosor são os grudes da minha mãe. José Carlos e meu amor eterno, Francisco são meus grudes.
Preta habita em nosso quintal, porque depois do acidente, ela ficou meio lelé da cuca e não sabe ter uma convivência amigável com os outros animais.

Pra tentar resumir o post...
Desde que eu engravidei, um milhão de perguntas e insinuações caíram sobre a minha cabeça.
Me perguntavam como eu iria dar conta de tantos cachorros com um bebê. Insinuavam que cachorros eram animais sujos, que transmitiam doenças por mais "limpos" aparentassem. Disseram pra eu doá-los antes da chegada do Pedro e etc, etc, etc...
Eu sinceramente fiquei PUTA.
Porque os animais são meus. Eu decidi ser responsável por eles, e eu SEMPRE acreditei que animais de estimação não são descartáveis que podem ser doados quando passam a te incomodar, porque VOCÊ É INCOMPETENTE AO PONTO DISSO ACONTECER.
Eles têm sentimentos. Sentem medo, fome, frio, insegurança, ciúmes, raiva, E AMAM.
Sim, amam... AMAM mais do que qualquer humano pode amar. Amam incondicionalmente...

Mas eu não vou ficar aqui citando as vantagens de se ter um animal, e não vou ficar citando como é ser amada por um animal...
O ponto em que eu quero chegar é o seguinte:
Dentro do útero o bebê tá protegido, aquecido e possui tudo o que necessita. Mas infelizmente, ele não poderá ficar acomodado ali pra sempre, ele terá de sair... E habitará um lugar totalmente diferente do que estava acostumado. E mais uma vez, infelizmente, não será esse lugar que terá de ser adaptado para a chegada do bebê (apesar d'ele ter um quarto, uma casa e etc) e sim, o bebê que terá de se adaptar à nova vida, ao novo ambiente e AOS NOVOS habitantes do planeta.
Dentre esses habitantes, estão cães, gatos, cavalos, bactérias, ácaros, vírus, plantas, peixes e etc.
E ele terá de se acostumar com isso, até porque ainda não inventaram uma bolha onde dê pra enfiar um bebê e criá-lo ali.
Ele terá de se adaptar à luz, ao clima, aos barulhos... Terá de aprender a viver e conviver com uma diversidade imensa, e acima de tudo, TUDO MESMO, respeitá-la.

Lógico que eu tomei algumas precauções por conta de alergias e etc.
Dentre elas, dobrei o número de banhos dos cães por semana. 
Meus cães são bem cuidados. Eles comem uma boa ração. Tem água fresca trocada em curtos intervalos de tempo, são vacinados, vermifugados, visitam um médico veterinário periodicamente, têm acesso à qualquer medicamento necessário (por mais que não haja histórico de doenças nos mesmos), usufruem de complexos vitamínicos para complementar a alimentação, são tosados frequentemente, tomam de 1 à 3 banhos com shampoo próprio por semana, não têm, nem nunca tiveram infestações de parasitas (desde que chegaram à minha casa), não têm contato com animais de fora, nem com a rua... Se exercitam, brincam e recebem carinho o tempo todo. Quando ficam presos, ficam por poucos períodos - e incrivelmente, não se incomodam por isso, tanto que aprenderam a correr para o "portãozinho" quando a gente vai sair, quando tem visita e etc.

Meus cachorros tem uma vida invejável. Não são fontes de doença e de sujeira. Não farão mal ao Pedro em hipótese alguma. São amorosos, apesar de ciumentos, são carinhosos e convivem bem entre si. 

Eu simplesmente cansei do tabu animais VS. bebês. E tenho esse post como uma pedra em cima de um assunto, já que foi comprovado que bebês que convivem com cachorros são menos propensos a desenvolver alergias mais tarde. 
Eu sei que será uma fase de adaptação, mas estou cem por cento confiante que tudo dará certo. Por mais que cachorros latam, por mais que bebês chorem (E TEM BEBÊ QUE NÃO CHORE? COM OU SEM CACHORRO?), por mais que seja uma tarefa difícil. :)

Só pra lembrar: BICHO NÃO É LIXO! Eles merecem respeito, carinho, amor e compreensão. Merecem um lar respeitoso, com comida e acomodações limpas. Merecem assistência médica, acesso à vacinas e medicamentos. E maltratar animais é crime. 



 


3 Opiniões:

Yara Guariglia disse...

Eu tenho uma poodle tbm, a Mel. Eu acho que ela vai ter um pouquinho de ciúmes no começo, mas depois ela vai se acostumar. Eu nunca iria me desfazer dela porque vou ter um bebê. Como você disse, é só tomar os devidos cuidados, coisas que já fazemos. E outra, o bebê vai criar anti-corpos contra muitas bactérias ao seu redor e privá-los de contato com animais, plantas, etc, não vai ajudar nesse processo.

Parabéns pela família canina...

Nossa princesa Amanda disse...

Concordo plenamente com vc eu sou suspeita em falar de animais tenho uma pit que mora dentro de casa tbm e tem mais um pit e uma pastor qua na verdade sao da minha cunhada mais como o quintal eh um soh eles vem me visitar todos os dias, jah me falaram em abandonar, prender minha pit eu sei que qualquer animal pode ter uma reaçao agressiva( eu falo da agressividade pq a maioria tem medo de pit bul ) eu vou eh claro tomar todos os cuidados mais nem por issu vou abandonar minha filhota canina bjuuss

arissa disse...

Ai que lindo, que lindooo! Não só a forma como vc acolheu seus cães, mas tudo o que escreveu! Eu só quero fazer uma ressalva e não me leve a mal...O excesso de banho com shampoo nos cães tira a proteção e oleosidade natural da pele deles, abrindo portas para infecções, fungos, bactérias e dermatites. Um banho por semana é muito mais do que o suficiente. Se quiser manter eles sempre limpos, sugiro que procure um pouco sobre o banho seco e escove-os sempre que puder. Existe o banho seco de pet shop e o banho seco caseiro, nenhum dos dois prejudica a pele dos cães.

Nos mais, meus parabéns mesmo Pri.

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