Como tudo na vida da gente possui dois lados, estar grávida também cabe nessa vasta lista.
E os dois lados dos fatores que envolvem uma gravidez são extremos. A emoção de gerar uma vida é inenarrável, não há palavras que descrevam o que é carregar um bebê dentro de si.
A emoção de ver uma só uma manchinha no ultrassom e depois vê-la crescendo a cada mês e se transformando num bebê com dedos, mãos, pés e movimentos que a gente já conhece também é indescritível. Mas seria hipocrisia de minha parte ressaltar somente o lado bom de uma gravidez.
Claro que ser mãe é maravilhoso e incondicional, porém, não é nada fácil ser mãe.
Desde que o teste dá positivo, e a nossa ficha cai, começa o turbilhão de mudanças psicológicas e físicas, e por mais apoio que a gente receba, continua sendo difícil lidar com elas. A mistura de sentimentos é intensa e controlá-los requer muito de uma mulher.
Mulher, essa é a palavra certa. Antes de engravidar, eu não era uma mulher. Eu era apenas uma menina... E tive de aprender a ser mulher antes que se passassem 40 semanas e tudo isso tendo de saber lidar com as mudanças físicas.
Nas primeiras 12 semanas, eu enjoava, sentia tontura, perdia a fome e passei a odiar todas as comidas que eu adorava. Acordava querendo colocar as tripas pra fora, tinha vontade de morrer toda vez que sentia cheiro de feijão sendo cozido e de alho sendo frito. Me alimentava de ácido fólico e dramin B6. E ainda tinha de lidar com comentários abusivos, que me diziam que isso não passaria até o 7º mês.
No segundo trimestre eu tive que controlar a minha fome-de-comer-parede, a minha vontade de comer doce, tive que deixar de lado minhas roupas favoritas e não sucumbir aos desejos bizarros que todas as grávidas tem.
Agora, no terceiro trimestre eu tenho que aprender a lidar todos os dias com a dor nas costas, com pézinhos nas minhas costelas, com a mudança de posição de 30 em 30 minutos durante a minha noite de sono, com roupas que me apertam constantemente e com uma coluna torta.
Não que esses esforços não sejam recompensados depois, mas %&$#*, só quem passa por isso mesmo sabe o quanto é difícil, né?
Não quero exaltar o sofrimento, longe de mim querer fazer isso. Ter um bebê em meio a qualquer circunstância é uma benção, e eu realmente me sinto abençoada por carregar um, mas tem gente que não consegue enxergar esse lado do fardo pesado.
Bom, o que eu queria era deixar bem claro que por mais maravilhoso que seja, também temos dificuldades. E que não somos só barriga! Somos barriga, mulher, dificuldade, felicidade, hormônios enlouquecidos, amor, desejos bizarros, instinto e imperfeição...
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terça-feira, 1 de novembro de 2011
Dois lados.
Escrito por
Priscilla Carriel
às
2:41:00 PM
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