terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pensamentos escritos...

Sei lá, eu tenho mais textos do que vocês imaginam, só rascunhados.
Não me perguntem o motivo d'eles nunca terem sidos postados, mas alguma coisa que tenho comigo mesma me impede de exibí-los aqui, pelo menos por enquanto.
O fato é que eu me sinto bem só de escrever, mesmo que ninguém leia. Mas o texto que estou escrevendo agora não pode ficar escondido. Ele tem de ser exibido porque não é só sobre mim. É sobre a vida. E qualquer devaneio que tenho sobre a vida deve ser exposto pelo simples fato de que todos nós vivemos. Seja de uma forma ou de quaisquer outras formas...

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Viver dói... Né? Mas por quê?
Porque somos patéticos perdendo tempo planejando, botando tudo no papel, calculando, somando, subtraindo, dividindo e fazendo listas a troco de nada.
Somos seres incapazes de compreender que o amanhã é tão ilusório quanto um unicórnio.
Talvez eu seja realista demais, ou tenha ficado assim devido aos tapas na cara que levei, ou talvez eu tenha tido uma epifania e descoberto isso de uma forma mais divina do que humana. Não sei e também não me interessa saber.
O fato é que eu nunca tive uma opinião completamente formada sobre ser mãe. Por mais antinatural que isso possa soar aos ouvidos. É, porque mulheres são feitas para se tornarem mães mais cedo ou mais tarde -.
Eu me lembro que quando eu pensava na gratificação e na fofura latente em um bebê, eu desejava sim, num futuro bem distante, ter um filho. Mas quando eu pensava no parto, nos gastos, na dependência da criança e nas suas necessidades, eu desistia fácil da ideia. Fora do padrão, eu sei. Você deve ter casado no civil, no religioso, de branco, com véu, alianças e blablablá e isso deve ter sido a realização de um sonho pra você, não? Pois é, eu nunca sequer consegui me imaginar nessa "situação"...
Agora imaginem vocês, quando eu me deparei com 3 testes de farmácia positivos dentro do banheiro do trabalho?
Um misto de sentimentos indescritível...
Eu não tava preparada pra ser mãe, eu não queria ser mãe, eu não sabia cuidar de um bebê, eu não queria que a minha barriga crescesse e muito menos que as pessoas perguntassem se eu tinha casado ou se eu iria casar.
Mas não teve como escapar. Honestamente, sejamos sinceros e concordemos que se eu realmente quisesse, teria como escapar, mas... Né?
Apesar de toda a insanidade e falta de planejamento da situação em si, eu fui centrada o suficiente pra acreditar que por mais difícil que fosse, eu conseguiria dar conta de tudo, mesmo que sozinha.
E isso abriu tanto meus olhos, que comecei a enxergar e pensar: Quem mesmo está preparada pra ser mãe?
Não sei, mas eu acho que ninguém está. Que a mulher por mais experiente, vivida e madura que seja, não sabe lidar completamente com uma gestação, todos os seus sintomas e etc, etc, etc. Né?
E acho que por esses mesmos motivos, muitas desistem logo de cara e outras são menos corajosas ainda (pra não dizer covardes) ao ponto de "aguentar" os 280 dias e depois jogar o bebê na rua, no lixo, na calçada, enfim... Como cansamos de saber por aí.
Mas então, depois de tanto pensar, de quase morrer de pensar, eu cheguei a uma única conclusão:
A vida é a cegonha.
Sinceramente, não podemos escolher entre ter e não ter um filho. Eu vivenciei que eles apenas vêm, assim, naturalmente. Como e quando devem vir. Na hora certa, do jeito certo, com certamente, a pessoa certa.
Por mais errado, incômodo, inesperado e não-planejado que você ache que seja, eles aparecem. Assim como não aparecem para milhares de casais que acredite, estão tentando engravidar há mais de 5, 7, 10 anos... E não conseguem. Com nenhum método, de nenhuma forma.
Entenderam o motivo d'eu chamar a vida de cegonha?
Porque é a vida (pra mim, a vida é Deus e Deus é a vida) que se encarrega de passar e jogar na sua casa um bebê.
Você pode escolher muita coisa e ao mesmo tempo não escolhe nada. Pode escolher um parceiro perfeito, um ótimo médico, pode pagar uma inseminação, comprar camisinha, tomar a pílula no horário certo, fazer tratamento de fertilidade, querer uma menina, optar por uma cesárea e etc, mas saiba que nada disso é certo, porque não depende de você.

Quando adentrei a blogosfera maternal, "conheci" muitas histórias de muitas mães, muitos partos, muitos bebês e muitas tentantes. E visualizando esse universo, pude perceber e confirmar mais ainda sobre a minha teoria. Li relatos de mulheres que tentam engravidar há muito tempo e que (infelizmente) não conseguem. Li histórias de outras que tentaram por um longo período e conseguiram, mas a felicidade foi meio que instantânea porque alguma coisa deu errada e acabaram tendo um triste aborto espontâneo. Conheci meninas que assim como eu, não queriam engravidar e acabaram se tornando mães muito mais cedo do que esperavam...
"Descobri" tanta coisa que acabei gerando uma certa empatia por elas...
Pela dificuldade de muitas, felicidade de outras, superação e esperança de tantas outras...
Parece injustiça, quando a gente liga a tv e vê uma notícia de uma "gestante" que pariu na rua e jogou o recém nascido no lixo, enquanto tantas outras sonham com o dia em que poderão ser chamadas de gestantes. Mas é a vida... Assim mesmo. Um eterno aprendizado, nos ensinando que absolutamente nada depende de nós, da nossa vontade ou da nossa não vontade. Depende só de estarmos vivos! E isso basta para aprendermos que viver basicamente dói, que nenhuma mulher nesse mundo está preparada pra ser mãe, e que assim, em cada parto, não nasce só um bebê, nasce também uma mãe, gerada por uma cegonha...






1 Opiniões:

Raiza Dias disse...

Pri do céu, que post é esse menina??? Sem comentáriosssssss!!!PERFEITO

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