terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mais do parto.

Depois de ter passado tudo o que eu passei, e ter entendido um pouco mais sobre todas as coisas da vida.
Eu venho percebendo o quão o ser humano é medíocre.
A cada blog que visito, sinto uma decepção - e uma pena também.
Por quê? Porque mulheres lindas, mães, sinônimos de força e tudo mais, estão fazendo do "parir" um grande grupinho fechado que só entra quem pariu "de verdade" - e quem é "mãe de verdade".
O que é ser mãe de verdade? Ter um parto normal?
Porque eu não tive um parto normal, mas acordo enecentas vezes de madrugada pra amamentar meu filho, com um sorriso no rosto.
Acordo mais enecentas vezes pra me certificar de que está tudo bem com ele.
Troco mil fraldas por dia, e nunca reclamo. Sinto dor na minha barriga, quando a dele dói.
Passo horas quase que incontáveis acordada sem dar sequer um cochilinho.
E vem uma nêga e cospe na minha cara que eu não sou mãe (ou sou menos mãe) porque não tive um parto normal?
Como assim?
Ninguém sabe o que eu passei. Eu senti todas as dores de um parto normal, pra no final ter de partir pra uma cesárea. EU TIVE DOIS PARTOS.
Tudo isso, porque não aceitei ter uma cesárea agendada.
Outra coisa...
Por que diabos, tudo na internet tem que virar ativismo? Draminha? Que saco! Que ASCO!
Não há necessidade desse furdunço todo. Não mesmo, pelo menos ao meu ver.
Todas as pessoas têm limitações, todas as pessoas são diferentes. Por que que em pleno século XXI, pouquíssimas pessoas entendem isso, mesmo quando a maioria delas não são burras?
Eu também sou contra cesáreas agendadas. Eu também acho errado uma porrada de coisas, mas nem por isso vou sair tacando pedra na cabeça de quem aceita tais condições.
Até porque, venhamos e convenhamos, Brasil, que cada uma cuide do seu filho. E ESQUEÇA DO FILHO DOS OUTROS.

Sem contar que, eu venho percebendo que tudo é uma questão de ego. Mulheres querem parir para que isso sirva de combustível pra inflar o ego.
"Opa, eu pari. Sou mais forte, mais corajosa e mais mãe que você!"
Que ridículo, que patético!
Assim, vocês, convictas desses blablablás chatérrimos, não se tornam mães. Se tornam egoístas.
Tudo bem não aceitar todos os procedimentos-padrões-desnecessários-e-cesáreas-agendadas-com-37-semanas-e-injeção-de-corticóide-pra-amadurecer-o-pulmão-do-bebê. Mas cá entre nós, vocês concordam que em alguns casos uma episiotomia é necessária, que em alguns casos a cesárea é necessária, que em alguns casos...
Então, nesses alguns casos, cabem mulheres e mães. E essas mães, são tão mães quanto quaisquer outras mães que tenham parido no hospital, em casa, em casa de parto, na rua ou onde quer que Deus tenha designado o parto para elas.

Disso tudo, só aprendi que não importam os meios, importam os fins. Pedro está aqui comigo, assim como o filho da fulana que pariu está lá, com ela... Isso é o mais importante.

2 Opiniões:

arissa disse...

Eita, nem sabia que tinha isso. Minha mãe fez duas cesárias, mas assim como você ela teve dois partos em cada uma delas. Tentou de tudo para ter parto normal, mas não era assim que tinha que ter acontecido pra ela e pra nós e nascemos de cesária. A outra filha dela, nem dela veio, é adotada. Ela é MÃE DE VERDADE de nós três! O jeito como a gente veio ao mundo não importa e sim como vivemos nele!

Ishtar - Espaço para Gestantes disse...

Que triste vc ter passado por essa experiência e estar descontente com o ativismo pelo parto humanizado... essa história de mais ou menos mãe independe da via de parto e assim como por um lado parece egoísmo as pessoas que pariram falarem a respeito, dói bastante ouvir mães com cesáreas dizendo que isso não interferiu em nada no nascimento do filho.
Muita luz para vcs, felicidades e superação disso tudo!

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