quarta-feira, 20 de junho de 2012

Prolongando o assunto...

A pirâmide do parto no Brasil (aos meus olhos).

Primeiramente quero deixar mais que claro, que o post de hoje se trata de conclusões que eu mesma tirei, diante da realidade a qual eu vivencio todos os dias.
São constatações de quem vive no mundo real. Fora dos blogs, da internet, enfim...
Portanto, nada do que for colocado aqui deve ser tratado ou visto com olhos de generalização.
Estamos falando apenas do que eu vi - e tenho visto.



Em cinza: Partos realizados pelo SUS. Partos normais, com intervenções e procedimentos de rotina.
Ex: Episiotomia, aspiração do recém nascido, rompimento de bolsa...
São partos normais, geralmente desrespeitosos e cansativos. Daqueles que as parturientes ficam sozinhas, sem acompanhante e passam por humilhações, são obrigadas a ficar em uma única posição (deitadas), têm a bolsa rompida, a ocitocina sintética, o exame de toque e outros procedimentos aplicados sem consentimento.
Há casos em que bebês morrem antes de nascer (ou nascem com graves sequelas), por terem sido forçados a nascer de PN, quando a gestação era de alto risco.

Em verde: Cesáreas eletivas realizadas no sistema privado (Convênios). Cesáreas desnecessárias realizadas com agendamento. O obstetra dá uma desculpa esfarrapada qualquer, a gestante sem muita informação confia no vigarista, escolhe o dia, a hora e o hospital e parte para a cesárea.
Tudo porque o médico quer faturar mais, não quer acompanhar um trabalho de parto longo pra não perder horas que poderiam estar sendo ocupadas com cesáreas de 40 minutos de outras clien... Digo, pacientes.
80% dos partos realizados no sistema privado, são cesarianas. Quando o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é de apenas 15%.

Em vermelho: Partos naturais humanizados. Ainda minoria (que deveria ser maioria). Partos realizados em hospitais que não viabilizam somente o lucro, em casas de parto e em domicílio. Sem intervenções, sem procedimentos de rotina. A parturiente é a protagonista e ela escolhe como e onde quer parir.
Infelizmente, o parto humanizado ainda é para a minoria. A minoria que tem mais condições. A minoria que tem mais informações. A minoria que conhece e sabe o que é uma doula, que pode escolher um profissional humanizado.
É o parto planejado que se torna realidade, o parto respeitoso que todas as grávidas deveriam ter sem ter que custear isso.