segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Mãe da Alice. Por Jôyce Soares.


Mês que vem faz um ano que descobri a gravidez, descobri quando já estava com 8 semanas, isso significa que há um ano eu já estava grávida e não sabia, nem desconfiava que iria acontecer um mudança tão grande, tão radical. Desde a minha rotina, minha relação com o Pedro, com meus amigos e minha família, trabalho e até coisas sutis como a posição de dormir. Muda TUDO. O balanço é mais que positivo, ela veio preencher um vazio que eu nem sabia identificar, mas existia. Com a descoberta da gravidez, veio o susto no primeiro momento e depois a aceitação, aceitei como nunca havia aceitado nada nessa vida, mesmo com a surpresa, e o fato de nem desconfiar, e aceitei de alma. Peito e braços abertos e tudo a partir de então era expectativa. Na minha cabeça, gravidez era sinônimo de enjôos, reclamações e a cesárea tão esperada. Mas na prática não teve nada disso! Não tive enjôos, não reclamei "quase" nada e descobri uma forma mais natural de trazer minha filha ao mundo, decidi ter Alice numa casa de parto, estava tudo certo mas ela demorou e por pós-datismo fomos encaminhadas ao hospital e depois de um descolamento de membranas o trabalho de parto engrenou e conseguimos nosso parto normal. Mesmo com as intervenções, foi uma grande conquista e superação. E Alice nasceu, no dia 06 de junho de 2012, meu pacotinho de 3,035 e 48cm, e o cheirinho mais gostoso que já senti na vida. Nasceu no mesmo mês da mamãe, e geminiana como eu, papai se segure!

Durante a gravidez li muitos livros, e me envergonho por ter dito em um certo período da gravidez que o "Nana Nenê" seria o meu livro de cabeceira, Nana Nenê é um desses livros que ensinam o bebê a dormir deixando-o chorar, depois descobri que o bebê chega a um nível de tristeza tão grande que desiste de chamar a mãe, por isso dorme "tranquilamente". Pra mim nada mais é do que um daqueles métodos como no filme Laranja Mecânica. Um horror. Mas me orgulho de dizer que no final da gravidez e depois que ela nasceu essa teoria foi por água abaixo. Que fui seguindo instintivamente o que hoje eu sei que denomina-se Criação com Apego, criação com vínculo, com segurança emocional, essa sim tem um método infalível, você só precisa se entregar por completo, se comprometer com o seu bebê e nunca colocar suas necessidades na frente das necessidades dele. Amamento em livre demanda, dou colo 24 horas por dia, canto, embalo,  e amo, como amo! E tenho certeza que Alice vai crescer segura de si, confiante por saber que sempre que ela precisar vou estar disponível, e o papai nos apóia, às vezes rola um 'vai dar de mamá de novo? Mas ela acabou de mamar!', mas hoje em dia nem respondo mais, só mando aquele olhar e ele entende. Eu era uma pessoa extremamente ansiosa, impulsiva, imediatista... e tudo era pra ontem, fazia uma coisa já pensando em outra. Alice me trouxe a calma, a paciência, ela nasceu com 41 semanas e 6 dias e aprendi a respeitar o tempo dela.
Alice me trouxe foco, agora minha existência faz sentido, agora tenho objetivos mais concretos e definidos, sei me planejar melhor, sei o que quero da vida e ela está sempre em primeiro lugar nos meus planos e sonhos.

Ah! E aqui também fazemos cama compartilhada, e não vejo nenhum motivo para não fazê-lo, eu nunca gostei de solidão, quem gosta de solidão? Bebês também não gostam de se sentir sozinhos, eles gostam de carinho e de contato. Divido a minha cama e ainda faço cochinha quando tá muito frio. E a intimidade do casal vai pra onde? Pra outros lugares, é só usar a imaginação.


E agora, depois de 3 meses, passado o período de experiência, posso afirmar que ser mãe superou todas as minhas expectativas, Alice tá crescendo forte e saudável, o pediatra até me deu uma bronca por ela ter engordado muito, entrou por um ouvido e saiu pelo outro, aliás pediatra pra mim, só serve pra pesar e medir e quando tiver uma doença, ele fica me falando como devo amamentar e que devo parar com as mamadas da madrugada, mas mal sabe ele que só está gastando saliva. No dia que eu basear a criação da minha filha nas palavras de uma terceira pessoa, mesmo que essa pessoa seja o pediatra, me manda fazer um teste psiquiátrico porque nesse dia eu não estarei com a minha saúde mental muito boa. E pretendo sim, dizer não na hora certa, e com bom senso, mas que esse não seja realmente necessário e não uma forma de me poupar. Tenho visto muitas mães egoístas, é aí que mora o perigo e a culpa materna. Às vezes quando estou fazendo alguma coisa no meio da tarde e ela acorda, não saio correndo pra pegá-la no colo, deixo ela ficar quieta, deixo  resmungar e até chorar se eu não puder ir na hora, mas não deixo chorar se eu estiver lendo, ou no computador ou com preguiça de levantar. Minha aceitação tem refletido no nosso dia-a-dia, fica mais fácil quando você aceita que tem um ser humano que precisa de você, um ser humano que está descobrindo o mundo, descobrindo quem é. Curto cada momento, essa semana ela aprendeu a coçar o olho quando está com soninho, e tá começando a fazer força pra levantar. Cada descoberta é uma delícia, mas a minha grande descoberta foi aprender que não existe regra, não existe lei, nem segredo, basta amar e seguir o instinto, no fundo toda mãe sabe o que fazer.


Jôyce Soares tem 27 anos, é mãe da Alice (3 meses), Produtora de Eventos e Criadora de um Grupo de Gestantes e Mães no Facebook, chamado Trocando Fraldas e Ideias. Atualmente, ela reside em São Paulo/SP.


6 Opiniões:

Denise Pimenta disse...

depoimento lindo e foto doce, perfeita!

Unknown disse...

Vc passou emoção com o seu depoimento Joyce...
PARABÉNS MÃEZONA =)

Unknown disse...

Lindo, perfeito, emocionante!

Anônimo disse...

lindo! penso da mesma maneira e faço como a joyce faz,cama compartilhada, livre demanda..etc...e tb nao ligo p que a pediatra diz! e graças a deus a minha filha é super saudavel e principalmente...mt amada e feliz!(vania cruz)

Deyla disse...

Lindo depoimento! Quanto amor! Parabens p Alice q tem uma maezona!

Amanda disse...

Olá,

Amei ler o seu blog e hoje comecei o meu desde qndo engravidei estava tentando começar e lendo o seu blog me inspirei, obrigada viu achava que era dificil mais eu vi tanta sinceridade e simplicidade que tomei coragem pra escrever vou deixar o meu link aqui se puder dar uma passada
lá e também queria saber se posso escrver la no meu blog que o seu blog me deu uma força enorme pra começar o meu e também queria contar com a sua ajuda pois estou no começo.


http://maeamorincondicional.blogspot.com.br/


Beijoos Amanda

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