quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O início do fim de um ciclo!

Era óbvio que eu não conseguiria esperar até sexta-feira pra tentar expôr de maneira simples, objetiva e clara, as emoções que me cercaram durante 36 semanas. Pra falar a verdade, eu não sei nem se eu consegui expressar com tanta clareza o misto surreal de sentimentos que vivi nesses (quase, já que 36 semanas serão só sexta-feira) 252 dias.
Apesar dos pesares, eu não podia deixar passar em branco uma das fases mais poéticas da vida de uma mulher. Muito menos, deixar passar em branco, a minha fase poética da vida.

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36 semanas. Começo das semanas termo.


Estamos chegando ao final da jornada!
A arte já está quase completa, e a qualquer momento, teremos uma obra prima chamada Pedro em nossos braços.


Quando paro pra pensar na dimensão de todos os sentimentos (não só os bons) que cercam uma gravidez, eu certamente me pego sem palavras...
Já que um dicionário é muito pouco pra tentar explicar o inenarrável, o inexplicável e o inatingível universo que é se tornar mãe.


Foram 252 dias marcando uma constante evolução, uma evolução em dupla.
Física e mental. Senti cólicas como se fosse menstruar a qualquer momento, não menstruei.
Vi um coração minúsculo batendo forte e rápido dentro de um corpo que já tinha um outro coração trabalhando há 21 anos. Surrealismo define. E esse pensamento (de que eu tinha dois corações) me cercou durante toda a gestação...
Pude perceber em cada detalhe mínimo de um corpinho com 5cm de comprimento, a perfeição e o capricho de Deus para com o nosso Universo.
Vi a minha barriga crescer de uma forma absurda e quase que não acreditei no tamanho dela! Demorei um pouco pra perceber os seus movimentos e não me perdôo por isso, mas fico imensuravelmente feliz e inenarravelmente extasiada a cada pancada que você me dá nas costelas, mesmo que às vezes essas pancadas doam demasiadamente. 
É um pouco triste pensar que nossos corpos não ocuparão mais o mesmo espaço no Universo, contrariando as leis da física. Mas foi uma delícia saber que em todos esses dias, eu nunca me senti e nunca estive sozinha. Pois já havia entre nós, um elo inquebrável, chamado cordão umbilical.


Agora te imagino todo perfeitinho, caminhando dia após dia rumo ao primeiro passo da sua independência.
Eu não vejo a hora de você me fazer passar por tudo aquilo que me disseram que você faria. Por você, eu acordarei quantas vezes for necessário em todas as madrugadas.
Deixarei de cuidar um pouco de mim, de satisfazer o meu ego, porque sei que ele estará satisfeito cada vez que te elogiarem ou sorrirem pra você...


Já que a nossa saga intra-uterina está chegando ao fim, vamos falar da fase de transição...
Sei que será um tanto desconfortável pra você, meu filho, assim como será desconfortável pra mim. Mas eu prometo que irei te ajudar no que for preciso, e que esse é só o começo dos meus esforços por você.
E não posso deixar de parabenizar-te, pelo seu pleno desempenho durante essas 36 semanas.
Você não me deu nenhum trabalho! Se comportou direitinho... E assim, tem concluído com enorme facilidade e esplendor a nossa saga!
Foi um trabalho de equipe. Eu aqui e você aí... Sabendo que sem um desses dois lados, nada seria possível.


Não vejo a hora de poder te tocar, e te sentir pertinho. Mesmo sabendo que dentro de mim, você está mais perto do que nunca.
Não vejo a hora de te mostrar todos os presentes que você ganhou, tudo o que eu, e a nossa família preparamos pra você com amor e carinho.
Não vejo a hora de poder apreciar cada centésimo de segundo, um sorriso banguelo e babão.
Todos aqui te esperam ansiosamente... Tudo aqui te espera ansiosamente.
Pra te dar amor, carinho, compreensão, educação, respeito e humanização... Pra te deixar confortável tanto quanto estás confortável aí dentro. 


Dentre tantas idealizações durante esse período subjetivo, e depois de todas elas conclusas, a única que nos resta vem se aproximando a cada dia.
Queremos pra você, o melhor. Mas temos a consciência de que se por algum empecilho, você tiver de vir ao mundo por meio de um plano B, saiba que ainda assim, estaremos completamente felizes e realizados.
E que esse dia será a felicidade concretizada no calendário de nossas vidas. Haverá lágrimas escorrendo por muitas faces, mas eu te garanto que nenhuma delas será de tristeza.
Não sei se você sabe, filho... E eu quero que saiba, que você veio inesperadamente, mas nem por esse motivo, deixou de ser desejado a cada instante. 


Por conta de toda a ansiedade que venho sentido, tenho repetido um mantra pessoal e tenho pensado na preparação do meu corpo pra te receber. Assim como tenho orado todas as noites antes de dormir...
Sei que Deus nos ajudará... Assimo como tem nos ajudado a cada dia em nossa jornada.


Filho, quero deixar registrado aqui, na sua caixinha de lembranças virtual, o quanto você tem me feito uma mulher completa, o quanto me sinto abençoada por ter você dentro de mim e o quanto me sinto feliz, antes mesmo de ver o seu rostinho.
Agora, mais do que nunca, sei que todas as dificuldades valeram mesmo a pena. Que todos os ataques que recebi, os dedos apontados e os julgamentos, me serviram de tijolos, na construção infindável do castelo encantado da maternidade, que hoje é indestrutível e abriga o mais lindo princípe: VOCÊ!


Só tenho que agradecer a Deus, pela oportunidade incomparável de poder te gerar, de ser sua mãe. Agradecer por Ele ter me escolhido e capacitado para gerar, educar, compreender e amar uma vida, materializada em você.
Agradecer por ter sido um vaso cheinho de terra fértil, capaz de fazer brotar a semente mais milagrosa, misteriosa e inexplicável do Universo: A VIDA.


Obrigada, Deus! Pela nuvem carregada de bençãos que o Senhor colocou sobre a minha cabeça. Obrigada pelo caminho de luz, harmonia e felicidade que tens me dado a cada dia.
Obrigada por ter me feito forte, corajosa e sábia, pra completar com maestria essa jornada. Obrigada por não me deixar fraquejar a cada desapontamento, decepção e expectativa frustrada. Obrigada por me fazer desligada ao ponto de não me importar com o que iam dizer, ou o que iam achar.
Obrigada pela família linda que me deste. Pelos pais maravilhosos, compreensíveis e fortes que o Senhor me deu. Sem eles, eu nada seria... Obrigada, Deus. SIMPLESMENTE, obrigada!
Eu serei grata a cada amanhecer em que eu terei o privilégio de abrir meus olhos e enxergar no Pedro forças pra lutar, por qualquer melhoria.
Obrigada a todo mundo que torceu por nós, que orou por nós, que desejou coisas boas pra nós... Vocês com certeza fazem parte dessa jornada. Obrigada a cada presente, cada palavra de carinho que recebi, e a cada amizade construída com base nessa nova experiência. 


Sei que aqui, se fecha um ciclo e se inicia outro. Ciclo este que se encerra, deixando como lembrança, muita experiência adquirida ao longo de 9 meses.
Hoje consigo enxegar o quanto era imatura, e inexperiente... E consigo enxergar também, o quanto cresci... E me preparei pra ser plena e completa. Me preparei também para sentir o amor em sua forma mais pura e infinita...


Com lágrimas de felicidade, ansiedade e de sensações ainda desconhecidas, encerro esse texto já com saudade da barrigona (e sentindo alguns pontapés do Pedro!).




3 Opiniões:

Giovana Duarte disse...

Ah Pri, claro que eu tb chorei ao ler este texto, talvez por um misto de saudade de quando eu tb senti isso tudo, compartilhamento de sua felicidade e por se tratar do meu sobrinho, lógico, kkkk Que Deus continue abençoando-os ricamente e o traga com muuuuita saúde e crescimento físico e de sabedoria! Sou grata a Deus por tê-la colocado em nossas vidas e nos dado através de vc este presente de enorme valia! bjo da tia Vana

Yara Guariglia disse...

Amei. Nossa, arrepiei e chorei. MARAVILHOSO!!! O Pedro é um menino de sorte, que mamãe, hein!?

Anônimo disse...

Não sei o que falar, pois queria dizer tantas coisas... desejar tantas coisas... dizer que é uma mulher de coragem, que é forte, que vc carrega luz em seu ventre... são tantas ... e tantas... e tantas coisas pra falar...
Mas nenhuma palavra, vai ter uma sensação como a de sentir aquele cheirinho de amor... quando ele rir aquele sorriso banguelo, e quando começar a mexer em TUDO que não deve... mas quando vc chegar do trabalho, aqueles bracinhos vão se esticar pra vc, louco pra te sentir e morto de saudades da pessoas mais importante da vida dele... quando vc for nas homenagens da escola, ou quando vc chegar em casa e pegar ele deitado no sofá, jogado, esticado, dizendo "mãe, posso faltar da escola hoje? eu tô doente..." o engraçado, é que passou o horário de ir pra escola a doença passa, e eles correm pra zuera...
Sabe, quando soube que vc estava grávida, orando, pedi a Deus que vc tivesse tanto, mas tanto amor pra dar a esse pequeno, para que quando ele crescer, dê ao mundo, amor!
Te desejo muitas brigas de "PEDRO, VAI COLOCAR O CHINELO!" muitas historinhas pra ler, muitos e muitos capítulos do Cocoricó, te desejo muitos cartões de Dias das Mães, daqueles com desenhos mais doidos e carcados do mundo, mas os mais sinceros tb... te desejo ver aquela carinha tudo suja de danoninho, e no verão, aquela delicinha na piscininha cheio de bichinhos em volta! Te desejo muito Lego, muitos desenhos, muito sorvete, muitas idas ao zoológico, muitos beijos quando vc estiver bem brava... Desejo que em cada sorrisinho desse malandrinho, tenha certeza que Deus te ama tanto, e tanto, que tinha certeza que vc poderia cuidar de um anjinho dele, e ele ainda te chamaria de mãe.
Um grande beijo, e me desculpe qualquer coisa.
Juliana Guimarães Nunes.

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