segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pneumologista.

Logo que o Pedro recebeu alta, eu pensei em marcar um pneumologista pra que ele acompanhasse o Pedro de pertinho.
No livrinho do convênio, existem apenas três pneumologistas infantis. Anotei o telefone dos três, e liguei assim, como quem não quer nada, na ordem em que estava no livro.
O primeiro telefone discado, atendeu. Do outro lado da linha, falava uma voz um tanto quanto idosa e mal educada. Quando eu disse que gostaria de marcar uma consulta, a senhora respondeu dizendo que não tinha previsão de agendamento. Que era pra eu deixar meu número de telefone que até o fim da semana (era uma segunda-feira) ela me retornaria com uma data.
Fiquei chateada e me senti no SUS. Com um descaso imenso, apesar do Pedro aparentar boa saúde, a gente nunca sabe o que se passa no lado avesso, né?
Decepcionada, liguei no outro número. Uma secretária experiente atendeu. Disse que só tinha vaga disponível no dia 6/6.
Marquei, porque dia 6/6 era melhor do que nada. E nem quis arriscar ligar no terceiro número.
Passaram 30 minutos e o telefone tocou. Era a senhorinha do primeiro consultório, dizendo que tinha um horário pro dia 21/05.
Fiquei feliz e ela marcou pras 7:45.

Levantamos bem cedinho. Dei um banho de gato no Pedro, pra não tirá-lo no frio após um banhão. Coloquei uma roupa quentinha e fomos. Levamos o papai na rodoviária, passamos na sede do convênio para tirar uma guia de consulta médica, e seguimos pro consultório. Chegamos lá às 8:30.
Ficamos esperando por uns 10 minutos e o médico chegou. Engomado, limpíssimo, rude.
Proferiu um bom dia num tom que eu já não gostei. Pois estou acostumada com o Ped. do Pedro. Que é amoroso, carinhoso, brincalhão... Tanto que o Pedro já não chora mais em consultas com ele. Bem o contrário do que eu já estava prevendo.

Logo em seguida ele nos chamou.
Entramos na sala, e de uma forma mal educada ele pediu pra que eu fechasse a porta. Pronto, estávamos trancados no inferno.
Respondi de forma objetiva todas as perguntas que ele me fez, e ele então pediu pra que eu colocasse o Pedro na maca, só de fralda.
Na hora, notei que ele não tinha aquele papel protetor que fica em cima da maca e é trocado em cada consulta. Tinha apenas dois edredons infantis velhos e desbotados.
O Pedro estava dormindo e logo que comecei a tirar a roupa dele, ele chorou.

O exame começou, ele colocou o Pedro na balança, mediu, usou o estetoscópio pra ouvir o pulmão, o coração e outros órgãos, e em seguida pediu para que eu tirasse a fralda dele.
Aí ele examinou e eu notei que a fralda estava molhada. Fui pegar outra pra trocar e nesse momento, ele soltou uma frase da qual eu não me recordo com exatidão, mas era alguma coisa  rude do tipo:
"Toma cuidado, senão ele vai urinar aí"
Nessa hora, meu sangue subiu. Pensei que eu tava pagando aquela merda daquela consulta. Eu não tava pedindo pelo amor de Deus pra que ele atendesse meu filho. Eu não tava sendo atendida pelo SUS.
Pensei também no pediatra dele. No amor que o pediatra dele tem pelas crianças. No jeito que ele me trata e o mais importante: Trata o Pedro.
A consulta com o "dotô" pneumologista nada mais foi do que uma AGRESSÃO.
O Pedro chorou do começo ao fim, chorou de soluçar... Enquanto a minha mãe vestia roupa nele, FURIOSA. Eu tentava me concentrar nas palavras que o troglodita dizia.
Recomendações? Nem beijo eu posso dar no Pedro.
Mamar a noite? Não pode.
E febre? Ah, ele estava com febre. Com 37,5 graus. HAHAHAHA.
Juro que quando ele disse que o Pedro estava com febre, com 37,5, eu queria rir na cara dele. Porque até eu, que não fiz faculdade de medicina, que sou mãe pela primeira vez e leiga em muitos assuntos, sei que só é considerado febre, se a temperatura for de 37,7 graus ou mais.
E outra coisa, nem nos dias em que o Pedro estava internado com falta de ar, tosse, bronquiolite fodida, ele teve febre. Porque hoje, JUSTO hoje, sem nenhum sintoma, CURADO, ele apresentaria febre?
Enfim, depois de muitas tentativas de concentração, eu desisti. Ele falava e eu nem tchum.
No fim das contas ele me deu uma dieta pra introdução dos sólidos do Pedro.
No mais, ele está com 8.4kg e 65.5cm. E pra encerrar a maravilhosa - NOT, consulta, o  homem das cavernas me solta: "Se você quiser, seria bom um acompanhamento mês a mês."
Nessa hora, a minha vontade mór era dizer: "Aham, Cláudia, puxa um banquinho no pasto de onde você veio, e espera bem sentadinho, porque essa merda dessa consulta, nada mais foi do que uma consulta rotineira de pediatra, coisa que o médico dele realiza com mais eficiência e educação que você!"
Mas eu misigurei e saí só batendo a porta.

Conclusão? Ele examinou o Pedro do jeito que qualquer pediatra examina e do jeito que qualquer médico de PS examinaria.
Fiquei puta da vida pelo jeito que ele nos tratou - e principalmente tratou o Pedro, com a maior falta de respeito e nojo aparente. Como se ele fosse um bicho com alguma doença contagiosa.
Lógico que ninguém quer levar uma mijada, mas se ele decidiu ser pediatra, com certeza ele deveria saber que passaria por algumas situações não tão agradáveis.

Apesar de todo o descaso, voltei feliz da vida por saber que agora o Pedro tá bem, com o pulmão zero e sem nenhum outro tipo de complicação.

Pra fechar o post-feliz-demais, deixo uma foto do meu amor-maior, feita ontem.