segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cobrando independência.

O Pedro é grude. Ele miama. Ele me procura quando não está perto de mim - e chora se não me encontra.
Quando ele mama, quer que eu fiquei segurando-o com as duas mãos. Ele quer carinho, quer proteção. Dorme praticamente embaixo de mim. Segura na minha mão, faz carinho no meu rosto, me abraça e dá gritinhos. Adora beijo.
Acorda se sente que eu não estou por perto. Não dorme longe, e não fica com ninguém. Gosta de todo mundo - e do colo de todo mundo. Mas amar mesmo, é só o meu.
Ele é bem dependente. E o negócio dele, é a mamãe. Nunca foi chupeta, nem mamadeira. Até gosta do carrinho, mas berço NUNCA.
É mamãe, cama, tetê e colinho.

Desde que ele nasceu as coisas foram escolhidas de forma intuitiva, e vamos caminhando bem assim.
Tão bem que eu sequer cogito a possibilidade de desmamá-lo ou tirá-lo da minha cama, e tô sofrendo um tiquinho - por antecipação - pelo fim da amamentação exclusiva.

O fato é que, quando se tem um filho, aparecem mil pessoas querendo palpitar.
É mãe, vizinha, amiga, tia, enfim... Até a freira da igreja da esquina, que nem filho tem, aparece com umas ideias - normalmente furadas - sobre como cuidar e criar uma criança.

As coisas que eu mais escutei - e ainda escuto, são:
"- Esse menino é muito grudento, desmama ele logo! Dá mamadeira, pra você ter um pouco de liberdade."
"- Não deixa ele acostumar na sua cama, senão a sua vida sexual será um fiasco".
"- Já tá na hora dele parar de mamar no peito e passar pra mamadeira, né?"
"- Quando ele vai pra escolinha?"
"- Andador não pode? Só vai ficar no colo?"
E mais um milhão de questionamentos sem fundamento que são quase que um teste de paciência.

Na maioria das vezes, eu faço cara de paisagem, pra não ser grossa e dar uma resposta atravessada, mas às vezes, a resposta mais sensata que eu consigo formular, é a seguinte:

Meu filho passou mais tempo dentro de mim, do que fora. Ele "morou" na minha barriga por 38 semanas e 5 dias. E está nesse mundão há apenas 5 meses e 1 semana.
Tudo aqui fora, ainda é desconhecido pra ele. E toda a sua segurança é resumida à só uma pessoa: Eu.
Ele passou todo o tempo ouvindo a minha voz, sentindo o meu carinho e o meu amor.
Lógico que o papai também acariciou muito a minha barriga e até cantou pra ele. Mas era dentro de mim que ele estava.
Ele se alimentou porque eu me alimentei. Ele respirou porque eu respirei. Ele se desenvolveu porque eu fiz parte disso. E isso dependia de mim.
Agora, todo mundo quer que cortemos de forma abrupta um laço do qual só as mães entendem?
Não. Eu não vou desmamá-lo. Não vou dar mamadeira pra ele. Ele sequer completou 6 meses e meu bem, ele sequer sabe o que significa independência, porque nem andar com as próprias pernas, ele anda.
Mesmo tendo ele grudado em mim, eu me sinto livre - e o mais importante, feliz. Eu sou feliz ASSIM.
Eu gosto quando ele fica comigo, gosto dos sorrisos que ele me dá. Gosto do carinho, gosto de tudo como exatamente é.
Ele já é acostumado na minha cama. E vai continuar... Até que ele esteja preparado pra dormir sozinho.
Eu sinceramente não acho nada justo que coloquem um recém nascido pra dormir sozinho, mas eu respeito quem faz isso. E eu quero muito que respeitem a minha escolha também!
Sobre a vida sexual... Ah, bobagem achar que a vida sexual pertence à cama, né? :)
Outra coisa... Meu filho não vai pra escolinha.
Não vai porque eu não quero. Não sinto segurança. Ele é muito pequeno, não sabe falar, não sabe contar, não sabe me dizer o que acontece com ele. Por isso e por tantos outros motivos, ele NÃO vai. E se for necessário o meu cuidado 24 por dia, EU FAREI ISSO, com prazer e principalmente amor.
Andador nunca esteve nos meus planos. Porque já está mais que comprovado que fez mal.
Pronto, só isso basta.
Ah, ele não vai ficar só no colo. Vai brincar no chão. Vai rolar, engatinhar, levantar com apoio, levantar sem apoio pra deeeeeeeeeeeeeeeepois aprender a andar. Nossa família não pretende nem pular, nem adiantar fases. Obrigada pelos palpites, mas como dizem por aí, se conselho fosse bom, seria vendido.