sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Do Brasil à Bélgica, com Noah. Por Cínthia Moreira.


O Noah já entrou no quarto mês de vida, mas parece que foi ontem que o teste de farmácia deu positivo.
A primeira reação foi um susto, pois eu não contava com uma gravidez tão cedo: tinha acabado de mudar de país e de completar 2 meses de casamento, estava dando "start" numa nova fase da minha vida, e um bebê não fazia parte dos meus planos. Não demorei tempo nenhum para aceitar, deve ter sido coisa de 20 minutos e um chorinho mixuruca. Foi uma mudança radical, mas ao meu ver, uma criança traz sempre coisa boa. Ainda mais sendo o MEU filho. Tive todos os sintomas normais de uma gravidez: muito enjoo, muito sono, muita alteração de humor e muita ansiedade, mas em suma foi uma gravidez tranquila. Tirando o fato de morar num país onde eu não domino a língua. As consultas eram pouco esclarecedoras devido à esse meu problema de comunicação, mas a médica que me acompanhou foi sempre muito atenciosa e paciente. Ele nasceu com 39 semanas e 3 dias de parto normal, saudável e trazendo um novo sorriso para a minha vida. O bebê que não fazia parte do planejado é hoje a coisa mais importante da minha vida, e eu não sei, sinceramente, como ela seria sem ele. Nem consigo imaginar onde estaria, o que estaria fazendo sem ele. É clichê. mas é a verdade!

Eu trazia comigo todos aqueles PREconceitos: não pode ficar com bebê no colo porque ele fica com manha; não pode deixar dormir na cama porque depois ele não se habitua ao berço e faz mal; tem que deixar chorar para aprender; mamar só até o sexto mês porque depois o leite já não sustenta; estabelecer os horários das mamadas para o bebê não ficar mal habituado; e etc. Era totalmente inexperiente com bebês. Estava completamente despreparada para o dia-a-dia de cuidados com um RN, não sabia dar banho, nem cortar unhas, nem limpar nariz, nem tratar do coto, mas o tal do instinto materno veio bem forte. Dizem que quando nasce um filho, nasce também uma mãe, e foi bem isso que aconteceu comigo. Deixei de lado todos os preconceitos graças ao meu instinto e às informações que fui absorvendo de grupos de mães que eu participo no facebook. Viva à internet! Hahaha. A amamentação, apesar de dolorida (ninguém tinha me dito que doía tanto), foi natural! Mesmo com todos os perrengues iniciais, nunca pensei em desistir. Durante os 2 primeiros meses eu ficava me perguntando de onde tiravam que "é a coisa mais prazerosa do mundo" e porque nas campanhas só apareciam mulheres sorrindo, sendo que eu fazia mil e uma caretas por causa da dor. Mas depois desse tempo e com algumas ajudas e ajustes, consegui descobrir o prazer de amamentar e vê-lo crescer sendo alimentado exclusivamente com meu leite. Nunca deixei o Noah chorar sozinho, nunca neguei colo, nunca neguei o mamá... nunca me deixei levar por alguma coisa que não fosse meu instinto. Confesso que nunca li profundamente sobre a criação com apego, mas o que eu tenho praticado é isso. E estamos muito satisfeitos assim!

Tenho a sorte de não trabalhar e poder me dedicar à ele o tempo inteiro. Cada dia é uma descoberta, um novo aprendizado, um amor que não tem limites. Sou muito feliz por esse privilégio que é ser mãe. Agradeço todos os dias por ter meu pequeno comigo, por ele preencher a minha vida e transbordar amor. Ele me fez descobrir o amor incondicional... antes eu achava que sabia, mas na verdade só aprendi com ele. Eu era uma pessoa melancólica e meio jururu, depois que ele chegou isso não cabe mais na minha vida! É uma alegria sem fim! Ele é o meu pedacinho do céu, a minha parte mais linda e perfeita! Quem dera todas as pessoas pudessem saber e viver a felicidade que é ser mãe. 
Estamos no início da nossa jornada, mas como diz a canção, "vamos descobrir o mundo juntos baby, quero aprender com seu pequeno grande coração"! 



Cínthia Moreira tem 24 anos, é mãe do Noah (4 meses e 4 dias). Atualmente ela reside em Soignies, Bélgica.

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