sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

maternidade cor-de-rosa não existe, mas a branca, existe sim!

Antes de engravidar eu era impaciente e reclamona. Mas durante a gestação, essas duas características desapareceram e deram espaço a outros pontos.
Acredito que assim como o meu corpo estava em constante evolução durante as quase 39 semanas em que o Pedro ficou dentro de mim, a minha mente também trabalhava para estar em completa sintonia com ele (meu corpo) e com o instinto maternal.
Eu fiquei bem relaxada e com isso, pude curtir demais os 9 meses.
Lógico que tive picos de hormônios enlouquecidos, mas na maior parte do tempo eu pude venerar a minha barriga, acariciá-la e conversar mesmo que em silêncio, com o meu filho.
As dores se tornaram obstáculos que eu sabia que precisava superar. E assim foi.
Eu trabalhei até as 38 semanas, bati perna e criei, reformei e montei boa parte do quarto e do enxoval do Pedro.
Vivi mesmo, uma gravidez ativa. E saudável! Muito saudável!
Quando o Pedro nasceu a maternidade se tornou plena. Eu não esperava algo cor-de-rosa porque infelizmente isso não existe, mas enfrentei com alegria todos os perrengues que essa vida de mãe me proporcionou.
Muito me espanta o fato de várias mulheres (mães ou não) pregarem a maternidade como algo obscuro, ruim, bicho-de-7632-cabeças e um fardo a ser carregado.
Porque comigo, não foi assim (e nem com a, digamos que, maioria das minhas amigas). As coisas aconteceram naturalmente.
Não sei se foi porque eu já fazia uma pequena ideia de como seria ou se foi porque eu quis um filho mesmo e não uma Baby Alive.
Sei que muuuuita gente pensa que eu sou hipócrita ou então que o Pedro é um anjo que só dorme, não chora e não faz cocô fedido. Mas quem convive comigo sabe que as coisas não são assim e que eu só decidi ter uma maternidade-branca.
Em paz. Contando até 10. Sisigurando pra não gritar e etc, porque às vezes a gente sente vontade mesmo...
Vontade de nunca mais sair do banho, vontade de catar a bolsa e sumir, vontade de sei lá. Mas vontades humanas...
Convenhamos.
O Pedro não é fácil. Ele nunca foi fácil.
Ele sempre foi sentimental, mas ao mesmo tempo, bravo. Sempre quis as coisas do jeito dele. E se o jeito dele é assim, é pra ser feito assim e não assado.
Ele nunca dormiu antes da meia-noite e eu nunca reclamei disso, assim como também, ele nunca dormiu uma noite toda e eu também nunca achei isso um absurdo.
Afinal, qual cerumano não acorda durante a madrugada pra tomar um copo d'água ou então fazer xixi ou quando muito, saciar uma fomezinha safada? E isso é anormal? Não, não é.
Por isso eu nunca encanei nas mamadas da noite. E nunca forcei um desmame pra que ele dormisse melhor.
E assim estamos. O Pedro feliz, acordando quantas vezes for necessária e eu aqui, viva.
Porque no começo sim, é difícil acordar de 30 em 30 minutos pra amamentar, é difícil levantar e é mais difícil ainda, não dormir em cima do bebê, mas chega uma hora que o seu corpo vai acostumar. E você felizmente vai sobreviver. E tudo isso, vai PASSAR.
Porque a maternidade é isso, um eterno-cospe-pra-cima-e-cai-na-testa-e-passa!
E passa rápido.
Passa quia gente nem vê!
Por conta disso, eu acho muito mimimi quem fica reclamando de tudo. Reclama que a criança faz bagunça, faz "birra", não dorme a noite inteira e caga fedido.
Mas vamos falar sério, quem foi enganada na hora de assinar contrato?
Quem confundiu sexo com compra de Baby Alive?
Eu acho que ninguém... Então vamos deixar o chorume de lado e levar as coisas de uma maneira mais leve porque criança é criança. Age e se comporta como criança e não é porque a sua criança é um xerox 75% reduzido seu ou do seu marido, que ela é um mini-adulto e tem que se comportar como tal.
Isso é loucura. E essa coisa obscura que todo mundo prega, deve ser fruto de um bela falta de terapia. Porque você deu a luz à um filho e não à um monstro.
E não, seu filho não é uma punição por você ter feito sexo desprotegida. Seu filho é um futuro adulto. E ele merece todo respeito, carinho, amor, dedicação e compreensão do mundo, porque mesmo entre trancos e barrancos, na história toda (que eu não sei qual é), ele CERTAMENTE é o menos culpado.

3 Opiniões:

Kethlin disse...

Me arrepiei lendo seu texto!
Falou tudo!
Falou Bonito!
Parabéns!

Cisen disse...

Tá certa, tá certíssima!

Roberta Salvanhini disse...

Perfeito!

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